Thursday, July 19, 2007


BREVE

O vôo da gaivota era breve.

A carta leve.

Voava no ar.

Feito pluma ia em direção ao mar.

Grande oceano.

Engolidor de segredos.

Eu contava na carta dos meus medos.

Breve ser que somos.

Tocadores de instrumentos.

Com nossos sofrimentos.

Somos sabe o que?

Somos momentos.

Fragmentos.

Breve.

Temos a ilusão que o tempo se estende.

Que o tempo é imenso.

Quando o tempo é pouco.

É quase nada.

É um nadinha de nada juntado a outro nadinha de nada.

Uma somatória que inutiliza.

Vem a brisa.

A carta cai. Cai... Vem a onda.

Vai.

E a carta na água salgada se dissolve.

Nem ao mar os segredos.

Nem aos habitantes do grande oceano.

Meus medos...

Outro plano.

Morro.

Mas é ao som de um piano.


Sonia M. Delsin


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