DEITO MEU CORAÇÃO

Deito meu coração menino.

Ele precisa descansar.

Precisa sossegar.

Deito meu coração.

Ele andou tanto por este mundo ao léu.

Ele conheceu o céu.

Ele provou o mel.

Ah, coração!

Quanta ventura!

Quanta ternura!

Quanta doçura!

Quanta coisa pura!

Deito meu coração à beira do caminho.

Pra descansar um pouquinho.

E continuar.

Será que este coração vai parar no dia que a dona dele desencarnar?

Ou ele vai voar?

Vai chegar noutro lugar.

Ah, vai...

Vai meio cansadinho.

Precisando de carinho.

Mas vai continuar pulsando bonitinho.

Tantas vezes eu me pergunto se coração é como alma.

Se atravessa a eternidade.

Se não tem idade.

Já que respostas não consigo encontrar deixo o coração um pouquinho descansar.

E lhe cobro: vamos, meu amigo, vamos continuar.

Sonia M. Delsin