Thursday, July 19, 2007



“ESTILHAÇOS”

Eu estava quieta.

Em posição de lótus refletia.

“Pensava que minha vida estava vazia”.

Eu meditava.

Sabia que direcionar desta forma meus pensamentos eu não deveria.

Mas por descuido, ou desleixo estava me deixando levar.

Tristemente estava a pensar.

Foi quando ouvi um barulho ensurdecedor.

Tremi por dentro.

Me recompus e me ergui.

Fui me inteirar do ocorrido.

Vi no corredor quebrado o que fora uma garrafa, um vidro.

Eu não me recordava de ter visto jamais aquele recipiente.

E estava ali na minha frente.

Ao lado dele... alias ao lado dos estilhaços...

... havia um pedacinho de papel enrolado.

Abri e corri a ler.

A frase me estremeceu.

“Quem chega para te abraçar sou eu”.

A letra inconfundível.

Os emes e os as tão caprichados.

Meu Deus! Mas fazes parte do passado.

Abaixei a cabeça.

Deixei as lágrimas caírem sobre os estilhaços...

Deixei.

E o bilhete eu guardei.

Tu foste uma das pessoas que mais amei...

Pode ser tudo fruto da minha imaginação,

mas eu senti teu abraço.

Senti a tua mão.


Sonia M. Delsin

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